2° Homem e o Pecado
ESTUDO 2 – O HOMEM E O PECADO
Vivemos numa época que muitas teorias são propostas, visando explicar a origem e natureza do homem. É importante, que se conheça o ensino da Bíblia a respeito do ser humano. Através da Bíblia você encontrará a resposta e orientação do próprio Deus sobre a origem, natureza e finalidade da existência do homem sobre a face da terra.
A ORIGEM DO HOMEM
Os dois primeiros capítulos de Gênesis fornecem a descrição bíblica no tocante à criação do homem. Em cada capítulo há uma narrativa. A primeira é de natureza geral (Gênesis 2.7). A segunda fornece alguns detalhes a mais. É como se fosse um complemento de primeira (Gênesis 2.4-25). Das duas narrativas, você poderá notar o seguinte:
1. O homem é uma criatura – Leia Gênesis 2:7, e responda: De que material Deus formou o homem? _________________. O fato de o homem ter sido formado do pó da terra, por Deus, caracteriza bem a sua existência como criatura e, ao mesmo tempo, o adverte quanto à fraqueza e mortalidade do ser humano. Como criatura o homem é dependente do seu Criador.
2. O homem é a mais elevada de todas as criaturas de Deus. Ele é chamado de coroa da criação, não apenas por ter sido o último a ser criado, mas pela sua própria natureza. Compare a criação dos animais e das plantas com a do homem, encontrada em Gênesis 1.26-29 e 2.7. Agora responda: Que diferença se pode notar entre a criação do homem e a das outras criaturas?
3. O homem foi criado um ser inteligente. Leia Gênesis 2.16-20, e faça uma lista das atribuições dadas ao homem que o caracterizam como ser inteligente.
4. O homem é um ser moral – Deus o fez como ser responsável, com liberdade de escolha. Isso é o que se pode notar da leitura de Gênesis 2.15-17 e 3.1-15 (a ser tratada com mais detalhes mais adiante). Como ser moral, o homem tem responsabilidades diante de Deus.
5. O homem, como criado por Deus. Depois e realizar a criação de todas as coisas, inclusive a do homem, “E Deus viu que tudo o que havia feito era muito bom…” (Gênesis 1.31a). Sua imagem foi desfigurada pelo pecado, mas pode ser reabilitada pela regeneração e conversão ao Senhor Jesus Cristo.
A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM
O ser humano é uma unidade dinâmica. Não podemos separá-lo em compartimentos estanques. O fato de a Bíblia mencionar corpo, alma e espírito com elementos constituintes do ser humano, não significa que cada um desses elementos tenha existência própria, independentemente do outro. Tais palavras denotam aspectos diferentes da natureza do homem, mas são partes integrantes do homem como um todo.
1. A natureza física. A noção de corpo é usada para descrever o homem como um organismo constituído, como um todo, uma unidade. As funções psíquicas e espirituais estão ligadas à idéia de um organismo corporal (leia Salmos 104.29-30). Você conhece algum tipo de existência humana que não seja corporal? É por esta razão que se torna necessária a ressurreição. A Bíblia ensina que, um dia, pela palavra e pelo poder de Deus todos os mortos vão ressuscitar. O corpo ressurreto não será mais carnal, mas revestido de características espirituais (I Coríntios 15.35-49; Filipenses 3.21).
E por ser o templo do Espírito Santo, devemos tê-lo sempre em condições de santidade e pureza, evitando-se a contaminação de vícios e imoralidade.
2. A natureza espiritual. As palavras alma e espírito descrevem a natureza espiritual do homem. É bom que você note que a Bíblia apresenta o homem como uma alma. Ele não possui alma apenas. Ele é uma alma. A alma é o próprio EU do indivíduo (leia Deuteronômio 4.29; 6.5; Mateus 10.28), ou a sede da personalidade. Às vezes designa a vida biológica (Jó 41.13; Êxodo 31:17), como também a vida manifestada em determinadas funções psíquicas: o anseio, o desejo, etc. (Salmos 24.4; 41.13; Mateus 15.8; Efésios 3.17).
O homem é um ser vivo. Nesse aspecto é igual aos outros animais. Entretanto, não se confunde com eles por causa dos atributos espirituais que recebeu de Deus. A palavra espírito denota capacidade de comunhão com Deus (Gênesis 2.17; Eclesiastes 12.7).
A RELAÇÃO DO HOMEM COM DEUS
1. O homem, por ser criatura, depende de Deus. Leia Mateus 6.26-30; Atos 17.24-30). O homem, como um todo, pertence a Deus. Sua existência, como ser livre, inteligente, responsável, deve-se única e exclusivamente a Deus. É bom lembrar que Deus interpela o homem sobre o exercício de sua liberdade (Gênesis 3.9-13). De que modo você tem usado a sua liberdade?
2. O homem natural, por estar perdido, precisa de Deus. Quando a Bíblia fala em homem natural, significa o homem afastado de Deus e dominado pelo pecado. (Ver as seguintes afirmações das Escrituras em Isaias 53.6; Lucas 19.10 e João 3.16).
A necessidade de conversão origina-se no fato de o homem encontrar-se perdido. A palavra “perdido” é uma descrição vívida e significativa da condição do homem. Ela revela que a pessoa não convertida se encontra confusa e frustrada (leia Efésios 2.1-3).
3. A salvação só existe em Cristo. Somente através de Jesus Cristo o homem natural pode tornar-se parte integrante de uma nova criação (leia João 3.3 e II Coríntios 5.17). Jesus veio para salvar e reconciliar significa remover barreiras, aproximar novamente, Jesus nos aproxima novamente de Deus. Através dele somos feitos membros da família de Deus (leia Efésios 2.14-19), na categoria de filhos (leia João 1.12).
A salvação é dádiva de Deus através de Jesus Cristo, condicionada, apenas, pela fé em Cristo e rendição à soberania divina.
O QUE SIGNIFICA PECADO?
A Bíblia, tanto no AT como em o NT, registra várias palavras que descrevem aspectos diferentes do pecado na vida do indivíduo e na sociedade. Todas as palavras, porém, procedem de uma mesma atitude básica: a rejeição da vontade de Deus, em favor da vontade do próprio indivíduo. Mas, vejamos os aspectos desintegradores da personalidade que o pecado assume na vida diária.
1. Pecado é transgressão. É passar por cima da linha divisória, traçada por Deus, entre o bem e o mal (Levítico 5.15; I Samuel 25.28; Romanos 2.25).
2. Pecado é erro. Erro significa desvio do caminho do bem (Levítico 4.13; Mateus 18.15).
3. Pecar é errar o alvo. Na Bíblia errar o alvo, significa deixar de atingi-lo (Lucas 15.18-21). Como tal, denota a falha do homem em alcançar o ideal divino para o caráter humano.
4. Pecado é uma intromissão da vontade própria na esfera da autoridade divina (Romanos 1.18-32).
5. Pecado são iniqüidade e perversidade. (Mateus 7.23; Romanos 4.7). Uma das manifestações mais comuns do pecado é a descrença. A descrença é um insulto à veracidade divina.
A ORIGEM DO PECADO
As Escrituras traçam a origem do pecado e sua relação com Satanás (Ezequiel 28.12-19), contando-nos como o pecado entrou no mundo (Gênesis 3.1-6).
Conferindo o texto em Gênesis 3.1-6, observe como Satanás é sutil em sua forma de agir. Compare a ordem de Deus (Gênesis 2.16,17), com a interpretação da serpente (Gênesis 3.1). O inimigo introduziu a descrença quanto à Palavra de Deus. Além do mais, despertou a vaidade na mulher, realçando o aspecto formoso do fruto da árvore proibida (Gênesis 3.6), e fazendo-lhe desejar ser igual a Deus (Gênesis 3.4,5). O desejo da independência de qualquer vontade e poder supremo domina o homem. É essa arma que Satanás utiliza com mais eficácia na disseminação do pecado na face da terra.
O pecado não atinge apenas a determinados indivíduos. Após sua queda, Eva deu do fruto também ao seu marido. Adão comeu do fruto, pecando, assim, contra Deus. Com sua transgressão toda a raça humana ficou contaminada.
Em Gênesis 6 a 8 pode-se ler a respeito de como o pecado se expandiu no mundo, obrigando Deus a punir severamente a raça humana com o dilúvio. Nos dias atuais verifica-se um progresso assustador das forças do mal. Como Noé nós devemos falar da justiça divina, convidando os perdidos a buscarem a salvação na Arca, que é o Senhor Jesus Cristo.
A UNIVERSALIDADE DO PECADO
As Escrituras ensinam que o pecado é universal. Salomão em I Reis 8.46 disse: “Quando eles pecarem contra ti – e não há ninguém que não peque…”. João disse: “Se dizemos que não temos cometido pecados, fazemos de Deus um mentiroso, e a Sua mensagem não está em nós” (I João 1.10).Em Romanos 3.23,lemos: “Todos pecaram e estão afastados da Presença gloriosa de Deus”.
A palavra “todos” é pequena, mas engloba toda a raça, todas as gerações que o mundo já conheceu. Cruza os mares e continentes, incluindo todo ser humano existente no mundo atual. Estende-se até o fim dos tempos a todas as gerações futuras.
Jamais se encontrou um homem que fosse perfeito. Mesmo aqueles que se transformaram em exemplos de vida cristã para nós, como o apóstolo Paulo, não tiveram dúvidas em confessar os seus milagres e fraquezas. Não adianta tentarmos negar que somos pecadores. Precisamos confessar os nossos pecados e pedir o perdão de Deus (I João 1.9).
AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
Ao nos dar suas leis, Deus desejou ajudar-nos. Quando deixamos de cumpri-las, sofremos as conseqüências. O pecado produz resultados desastrosos para o presente e para o futuro (leia Gênesis 3.10-24 e relacione as conseqüências do pecado de Adão e Eva em todos os seres humanos).
A palavra que melhor define as conseqüências do pecado é morte. Pecado é transgressão da lei de Deus. Na Lei, Deus estabeleceu como castigo, a morte (Gênesis 2.17; Romanos 6.21-23).
Há duas espécies de morte, e ambas são resultantes do pecado.
- Morte Física.
A morte do corpo. A limitação da vida humana é uma parte do castigo pelo pecado (Gênesis 3.22-24). Caso não houvesse pecado, Adão e Eva poderiam desfrutar do fruto da árvore da vida e, assim, ficaríamos isentos da morte. Desde Adão e Eva, com exceção de Enoque e Elias, todos os homens estão destinados a experimentar a morte física.
2. Morte Espiritual.
A morte espiritual não significa extinção, mas separação. A morte física é a separação entre o corpo que se torna pó e a alma. A morte espiritual equivale à morte eterna, ou seja, a separação eterna de Deus. Mas nem todas as pessoas têm que experimentar a morte espiritual. Ao aceitar a Jesus Cristo como seu Salvador pessoal, o indivíduo recebe o perdão de Deus para os seus pecados, é purificado de toda a injustiça, e torna-se participante do novo nascimento em Jesus Cristo, cujo princípio operante é a vida abundante, e não mais a morte (I João 1. 9; Romanos 6.23; II Coríntios 5.17). O salvo por Jesus tem a segurança de permanecer para sempre na presença de Deus (João 6.47 e I Coríntios 15.54).
Assim como a morte espiritual é mais terrível do que a morte física, a nova vida em Cristo é extraordinariamente melhor do que a vida em pecado, sem Jesus Cristo.
QUAL DEVE SER A NOSSA ESPERANÇA
A nossa única esperança está depositada em Cristo. “… aí está o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1.29). Ele é Aquele que fora prometido para esmagar a cabeça da serpente e derrotar o poder de Satanás (Compare Gênesis 3.15 com Apocalipse 12.9). Agora, podemos dizer como Paulo: “Enquanto ficamos esperando o dia feliz em que aparecerá a Glória do nosso Grande Deus e Salvador Jesus Cristo. Foi Ele quem se deu a si mesmo por nós, a fim de nos livrar de toda maldade e de nos purificar, fazendo de nós um povo que pertence somente a Ele, e que se dedica a fazer o bem.” (Tito 2.13,14).
PARA VOCÊ PENSAR
- Os homens estão separados da presença de Deus por causa de seus pecados. É uma tragédia estar separado de Deus (leia a descrição dos três primeiros capítulos da carta de Paulo aos Romanos).
- O pecado atinge não apenas o indivíduo, como tal, mas sua influência estende-se à sociedade em que o indivíduo vive.
- Cristo veio para dar sentido à existência do homem. Ele veio tornar possível uma vida abundante e significativa (João 10:10). Ele veio buscar e salvar aqueles que se sentem perdidos, abandonados, distantes, alienados (Lucas 19:10). Jesus veio ao encontro de cada pessoa que se considera infeliz e perdida. À culpa dá perdão, leveza. Ao enfado e canseira, uma nova disposição. À insegurança e dúvida, certeza. À intranqüilidade e medo, paz! (Mateus 11:28-30).
- Através de Jesus Cristo você pode tornar-se um novo ser. (Leia: Efésios 2.15).
- A nova vida em Cristo é uma realidade para ser experimentada todos os dias. Cristo deseja que você viva abundantemente (Leia: João 10.10).
- Os princípios e valores que orientam a nova vida em Cristo são diferentes dos valores do mundo presente (Leia: Colossenses 3.1-5).
Este estudo é de domínio público. Sua autoria é desconhecida e pode ser usado livremente para fins educacionais.
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